terça-feira, 23 de julho de 2013

"VAI DAR PROBLEMA"

Informações publicadas na última sexta-feira em um blog de Curitiba fizeram a Avio International Group Holding divulgar uma nota em sua defesa ontem.
A empresa, chefiada pelo italiano Luigino Fiocco, assinou protocolo de intenções com o governo do Estado para instalação de uma fábrica de helicópteros e pequenos aviões em Maringá. Além de sustentar que o grupo faliu e é investigado por fraude na Itália, o blog de Esmael Morais questiona os números apresentados por ele.
Na cerimônia de assinatura do protocolo, semana passada, o empresário disse que a empresa irá fabricar 600 helicópteros por ano. Mas, de acordo com o blogueiro, isso é inviável. "Conforme matéria divulgada na Folha de São Paulo, em São Paulo temos a segunda maior frota de helicópteros do mundo, com 420 aeronaves", diz a publicação. "Como uma empresa irá fabricar em um ano 600 unidades? Que capacidade de produção é essa? Para qual mercado?", questiona.
A reportagem da Folha de Londrina procurou a Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (Aiab) para buscar informações sobre a Avio. A assessoria, no entanto, disse que os diretores desconhecem a empresa e, por isso, não iriam comentar.
A Helibras, única fabricante de helicópteros instalada na América Latina, também não quis se manifestar, mas a assessoria enviou à reportagem números que destoam dos da Avio. Instalada em Itajubá (MG), ela tem capacidade de fabricar e montar por ano 36 aeronaves de pequeno porte e 15, de grade porte.
Em nota assinada por Luigino Fiocco, a Avio "esclarece que não há problema jurídico com a empresa que coloque em risco os investimentos programados para o Paraná". De acordo com ele, as informações divulgadas pelo blogueiro são de um processo de mais de dez anos, que já teria sido "resolvido" na Justiça Italiana.
Diz também que o projeto de construção da unidade conta com investidores e parceiros internacionais definidos. O empresário lembra que, conforme definido no protocolo de intenções, irá apresentar um plano de negócios detalhado em 90 dias. "A Avio International Group Holding refuta categoricamente qualquer informação que coloque em dúvida a idoneidade do empreendimento a ser estabelecido no Brasil, bem como do seu proprietário Luigino Fiocco".
O secretário estadual da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros, disse à reportagem que está "tranquilo", quanto às dúvidas levantadas sobre a empresa. "A empresa só receberá os benefícios depois que investir", afirma. O empreendimento foi inserido no Programa Paraná Competitivo, do governo estadual.
Para ele, o fato de supostamente ter falido na Europa, não desqualifica a empresa. "Se você procurar nos sites, vai ver que a General Motors também faliu. Nem por isso eu deixaria de tentar atrair essa empresa para o Paraná. A Europa passa por crise e por isso os empresários de lá procuram outros mercados", justifica. Por meio da assessoria, a Procuradoria de Justiça do Paraná diz que "pode" investigar a empresa, uma vez que ela foi inserida no programa de incentivo do governo.
Em reportagem da Gazeta do Povo, sobre o caso diz que a prefeitura de Maringá minimizou as denúncias de fraude por parte da Avio, além de ressaltar que a instalação da empresa suíça ainda depende da apresentação do plano de negócios.
De acordo com o secretário de Comunicação, Milton Ravagnani, a empresa só receberá os benefícios do Programa de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Prodem) se o plano for aprovado, levando em consideração as capacidades jurídica, financeira e técnica da empresa.
“Se eles tiverem a capacidade, vão se instalar. Na pior das hipóteses, fica do jeito que está”, explicou.
Caso o plano receba a aprovação, a Avio deve ser instalada em uma área de 90 mil metros quadrados, ao lado do Aeroporto Silvio Name Júnior. Em entrevista concedida para a RPC TV na quinta-feira, o prefeito Carlos Roberto Pupin (PP) declarou que a área destinada para a instalação da indústria em Maringá já estava em processo de desapropriação. Ontem, porém, a assessoria do município informou que o estudo da área ainda está em fase inicial e que o terreno não será concedido, mas vendido, dentro das regras do Prodem.
Comenta um colaborador do blog do Rigon, Akino, que o secretário e o prefeito precisam explicar melhor. Por que o prefeito anunciou desapropriação e agora fala em venda pelo Prodem? Como poderia estar em processo de desapropriação se a empresa teria 90 dias para comprovar sua capacidade financeira? Este caso está nebuloso. Cheira esquema.
(inf Gazeta do Povo/Folha de Londrina/Blog do Rigon)

(Maringá Manchete)

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