O agente de cadeia, Charles Roger da Silva, de 37 anos, que estava sendo mantido como refém, foi colocado em liberdade. Ele saiu com ferimentos no rosto, além de pernas e braços inchados.
Silva contou que foi dominado quando retornava do Fórum de Maringá com um grupo de cinco presos. Ao colocá-los na cela, eles conseguiram rendê-lo. Um colega dele conseguiu sair e trancar a cela. Silva afirmou que foi agredido com socos e chutes. Ele teve pés e braços amarrados e foi constantemente ameaçado de morte.
Em entrevista, Silva disse que a rebelião teria começado pois os presos se irritaram com a revista que foi realizada na tarde desta quinta-feira (14) no mini presídio. Os policiais apreenderam 34 celulares e dois estoques (facas improvisadas) que estavam com os detentos.
Os presos, no entanto, alegam que teriam sido agredidos durante a revista. A lista de reivindicações, que demorou para ser concluída, foi apresentada de forma confusa. Alguns presos exigiam transferência, por conta da superlotação da cadeia, outros, no entanto, queriam permanecer na 9 SDP, porém exigiam melhores condições, como mais banhos solares, celas mais arejadas, etc. A carceragem da 9ª SDP conta hoje com 348 detentos, sendo que a capacidade máxima é para 126 pessoas.
Outra reclamação são sobre supostos danos a pertences pessoais - como roupas, rádios, aparelhos de televisão e até mesmo alimentos - pelos agentes e investigadores durante a operação bate-grade.
Negociação
Por volta das 20h desta quinta-feira, os presos teriam tentado forçar a entrada para o pátio, e por conta disso, segundo a polícia, foram disparados tiros com munição não letal. O preso Rogério Henrique da Silva, 31 anos, foi atingido na altura da cintura e precisou ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros. Ele foi encaminhado ao Hospital Universitário, sem risco de morte. Silva, morador de Londrina, está preso por roubo.
Durante a rebelião, os policiais cortaram a energia elétrica, água e alimentação dos detentos. Os presos exigiram a presença da advogada Elen Santana para iniciar as negociações.
O diretor da Penitenciária Estadual de Maringá (PEM) também foi acionado e conseguiu liberar 30 vagas para transferência ainda durante a noite.
Celulares
Durante todo o motim, a comunicação entre detentos e familiares era constante via celular. "Mesmo depois da revista, muitos celulares não foram encontrados", conta uma mãe de um detento, que não quis se identificar.
(O Diário Maringá)
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